6 de janeiro de 2009

Lívia, parte 4

Eu já havia namorado uma vez, quando era nova, devia ter uns 16 anos. Ele era alguém que conheci na escola, jogava no time de xadrez e eu amava aquele ar de intelectual que emanava. Perdi com ele minha inocência, fazíamos amor sempre que podíamos, na escada, na sala de aula depois que se encerrava o turno, na arquibancada do campo de futebol. Não tínhamos limite. Um dia o flagrei com uma menina, acariciando seu cabelo, enquanto ela, toda derretida, sorria e mexia e cruzava as pernas. Tática feminina que nunca falha, sempre dá a entender que estamos interessadas. Ele a beijou e eu fui para casa chorando. Ao ser questionada pelo meu único irmão, mais velho e mais experiente que eu, me disse: "os homens são assim, não importa o quanto você lhes despenda de carinho, de amor, de sexo, o que for, eles sempre vão te magoar, não acredite em nada, não acredite em ninguém. Homens estão sempre em busca de uma única coisa, sexo, apenas isso. Até aparecer outra garota ele vai ficar com você. Eles vão prometer amá-la, vão prometer estar com você, vão jurar por Deus que você é a coisa mais preciosa em suas vidas, vão dizer que não são como os outros, você vai acreditar porquê é mulher e eu não faço idéia de porque raios as mulheres sempre acreditam". Eu acreditei no meu irmão e desde então minha vida tem sido assim. Sem relacionamentos, sem dor.


Saí para fazer mais um programa. Estava com um short jeans bem justo, fazendo o contorno do meu quadril, minha bunda, e delineando bem minhas pernas. Coisa rara é se ver garotas de programa na rua cobrindo a parte que os homens mais admiram nas mulheres. Estava com uma blusa preta, brilhosa, que cobria meus seios e só deixava a mostra minha barriga se eu me inclinasse. Mas fazia um contorno perfeito da minha cintura. E meu cabelo perfeitamente penteado. Até que ele apareceu, tão moreno que parecia ter saído de um dia inteiro na praia. Sua barba era detalhadamente aparada. Usava a melhor camiseta e a melhor calça. Tinha a fala mansa e a voz meio rouca. Disse que me achou linda e queria passar a noite comigo, independente do preço. O seu carro não era grande coisa, estava um pouco sujo devido aos fortes temporais dos últimos dias, e além disso tinha uma batida na lateral. Entrei no carro e ele me perguntou o que eu queria ouvir, se eu tinha um quarto ou se era necessário ir pro motel. "Motel, por sua conta, e o programa já começou", disse a ele que arregalou os olhos pra mim e bateu continência. No quarto que ficamos havia um mastro e logo a frente uma poltrona, ele se sentou e eu lentamente fui tirando minha roupa. Tirava uma peça e jogava nele, enquanto ele cheirava minha roupa e delirava com cada movimento meu. Eu descia e subia naquele mastro, segurando firme como se estivesse segurando seu pênis. Ele me mandava virar de costas e abaixar. Eu obedecia. Assim como fazia com tudo o que ele me pedia. Sentei em seu colo e comecei a tocá-lo com meu corpo, sentindo seu calor, ele era mais quente que os outros homens com quem já dormi, era um calor que me fazia querer estar cada vez mais perto. E ele beijava meus seios como quem beijava a boca de uma virgem, cheirava meu pescoço, segurava meus cabelos, e com a outra mão acariciava minha cintura, fizemos amor ali mesmo. Ele me colocou frente a frente com seu membro me perguntando se eu queria, sem ao menos tempo para a resposta senti um líquido ácido escorrendo pela minha boca. Engoli, era doce e logo após me veio com uma taça de champanhe. Ao contrário dos que pagam por uma noite inteira, ele não quis mais sexo, e ficamos conversando por horas a fio, até que o dia amanhecesse. Só de manhã vi que seus olhos eram castanhos. Castanhos... a cor da verdade.

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