28 de fevereiro de 2009

E os amigos.... onde estão?

O tempo passou e todo mundo fez sua vida longe do Condomínio Jardim Real, localizado em American Garden, ou se você preferir, Jardim América, subúrbio do Rio de Janeiro. A grande maioria casados morando em outros bairros, 60% com filhos e muito, muito dispersos em relação a antigas amizades. Legal ver como todo mundo se tornou adulto. As festinhas do bunda lelê, onde no quarto escuro a pegação era geral ficaram mesmo para trás. Confesso que ver todos assim, adultinhos me deu um gostinho a mais na boca. Todos aqui sabemos que se tornando pais é que deixamos de ser filhos, correto? Cada momento que eu passava lá com a filhinha da Cintia nos braços me lembrava da faculdade e das obrigações de filha que eu tenho. E a vontade que eu tenho de o tempo passar na velocidade da luz era intensificada. 
Já com as minhas eternas colegiais pedrosegundenses a coisa era bem diferente, embora temos uma nova mamãe na área, todas universitárias e com as mesmas obrigações que eu. Mas nas palavras de Helaine, estamos ficando adultas mesmo, uma grávida e outra noiva. Entre as colegiais houve um grupo que se encontrou com mais frequencia, mesmo com dificuldade. E aquele outro grupo que mesmo morando perto não se encontra a mais de um ano. Acontece, quem sabe no encontro de ex alunos isso não mude?

Com os amigos das antigas, que não via mais ou menos desde que tinha uns 9 anos, com excessão do Sandro, o de blusa amarela, que é figurinha carimbada nos meus carnavais. Interessante foi ver o Neném, de blusa branca surpreso ao me ver: "caramba, como a Giovana cresceu!" Nem tanto, mas para eles que me viram chegar da maternidade e viram meu pai morrer de declarações por mim ainda bebê, deve ter sido uma grande surpresa. Quando amigos de infância de reencontram adoram falar das travessuras do passado, não é?! Obrigada por terem me lembrado que vocês me fizeram acreditar que eu era surda e que eu ia pra FEBEM por ter derramado café no trabalho do meu irmão.


Por fim, foi extremamente gostoso rever quem fez parte e ainda faz da minha vida e da minha história... eu sei... sou uma grande e bobona saudosista, eu sei disso muito bem, afinal, estou ouvindo Jon Secada.



PS.: Um aviso para o babaca que me ligou às 2h da manhã se identificando como Cláudio, você me trouxe muitos problemas. Se a intenção era essa, parabéns. 


E lá se foi o carnaval....


Eu havia prometido escrever uma série explicando um pouquinho mais do carnaval carioca por aqui. Mas sabe como é, seguir os blocos carnavalescos, ir a ensaios de escolas de samba, ir pra Lapa, visitar amigos, isso tudo toma um tempo... Acabou que o carnaval passou e a minha aposta de campeã perdeu. A Vila Isabel esteve magnífica mas se ofuscou pelo brilho do tambor do Salgueiro. Muito bem ganhado, por sinal. 
Passei o domingo e a segunda-feira de carnaval vendo os desfiles no sambódromo, tenho apenas uma colocação a fazer: definitivamente pobre se diverte mais. No domingo fiquei no setor 13, o mais distante da passarela e o mais barato, míseros R$10,00. É o último setor por onde a escola passa antes de se despersar. Chegando ao local, muito lotado por sinal, as pessoas vão se aglomerando seguindo a política do "vem que cabe mais um". Se você quer passar, peça licença e passe. Ninguém faz cara feia. As pessoas se aplaudem e fazem da própria arquibancada um show a parte. Partilham a cerveja e torcem para as agremiações como fiéis à todas as amantes. A visão do desfile é prejudicada devido a distância, mas a diversão é garantida. 

Já no setor 4, que sai pela bagatela de R$110,00 chegue o mais rápido possível. Os que pagaram este valor querem o local mais privilegiado para assistir ao desfile. Coitado de quem chegou na hora marcada para começar. Das 20h às 7h da 
manhã, era briga de meia em meia hora:

"Saia da minha frente!"
"Eu cheguei aqui primeiro!"

Até eu, inocentemente fui motivo para briga. Ao chegar no setor sozinha, me direcionei a um casal mineiro e disse: estou esperando meus pais e acho aqui um bom lugar para que eles me encontrem, quando chegarem eu saio, ok?! Ok só se for para ele, o casal que estava atrás não gostou de eu ter pegado um lugarzinho na frente e desembestou uma briga com esse casal com  quem eu falei. Brigaram feio entre si e foram embora. Resultado, quando meus pais chegaram estava eu e um bom lugar para minha família a nossa disposição. Rico joga dinheiro fora mesmo. Era um tal de não me toque e arquibancada parada, que eu olhava para o setor popular e imaginava se havia saído alguma briga ali.

Mesmo com esses imprevistos, foi uma delícia ver as escolas de samba desfilar e sentir o frio na espinha quando a bateria passa pertinho.

Rapidinhas
Eu pedindo para um cara que cuidava desse carro do Império Serrano, escola que contou a história das sereias, samba antigo e que enjoou muito r
apidamente, e que desceu para o Grupo de Acesso: "Moço, posso tirar uma foto aqui nesse carro?!" E ele: "Pode não, DEVE!"




Que coisa linda essa ala do Salgueiro, só quem esteve presente para sentir a energia desses homens! Ui!



Milton Cunha, que não é segredo para ninguém, é uma grande fonte de inspiração minha, após um desfile maravilhoso digno de ser vencedor e aplaudido de pé nas primeiras horas de sol. Um show a parte que garantiu mais beleza após a Viradouro passar. Fechou com chave de ouro.




A nossa história valeu a pena


Uma das últimas coisas que ele me disse antes de eu ir embora mais uma vez foi: "(...)E se toda história de amor for louca como a nossa, que sejam lindas também". Nós ainda não nos acostumamos a nos despedir, mas dessa vez o gosto era outro. Era o gosto do "eu volto por você". O gosto do comprometimento. O gosto de saber que o passado valeu a pena. E que o presente e o futuro serão construídos a quatro mãos. As decisões nunca são precipitadas quando vistas pelo lado de dentro. Valeu cada olhar, cada sorriso, cada suspiro, cada telefonema, cada lágrima, cada gesto e sentimento que foram erguidos ao longo de 3 anos. Cada etapa dessa caminhada nos serviu para mostrar que o nosso sentimento se não cresceu, se manteve intacto durante todo esse tempo. Na memória, as palavras mais simples, o olhar mais sincero, e no coração o sentimento mais puro e verdadeiro que sobreviveu à tempestades e à secas. A sensação de poder se jogar sem medo é indescritível. Cada ato hoje é degrau para a vida a ser erguida com muito amor, mas principalmente com muita luta. Vencemos, quem diria? A minha vida tem mais cor agora. A espera será inevitável e será encarada com muita garra em busca do que virá pela frente... Afinal, o que são dias para quem tem anos a se viver? 

17 de fevereiro de 2009

Para entender melhor o carnaval carioca

Essa série será escrita regada a muito sorvete ao som de samba enredo.

A festa carnavalesca surge a partir da implantação da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida pela Quaresma. Com as privações impostas pela quaresma, foi incentivado a reunião festiva para aproveitar os prazeres da carne antes da quarta-feira de cinzas, primeiro dia da quaresma. A festa da carne, mais conhecida como Carnaval, está marcada no calendário para o dia 24 de fevereiro. Porém, qualquer carioca sabe melhor que ninguém que a bagunça começa quando o Cordão do Bola Preta abre as festividades passando pelas ruas do centro da cidade alguns dias antes. Nesse ano de 2009 a Liesa, mudou alguns itens do regulamento para as escolas de samba. Será aumentado 2 minutos no tempo máximo de desfile e as comissões de frente serão obrigadas a se apresentar também para o setor 3. 12
Agremiações desfilarão e a 12ª será rebaixada para que a campeã do grupo de acesso suba.

12 de fevereiro de 2009

Cheguei!

Cheguei!


Estou no Rio de Janeiro, minha terra natal, desde terça-feira dia 10 de fevereiro. Após renúncias aqui e ali, que foram consequencias de algumas decisões tomadas por mim - certas ou erradas, saberemos depois. O fato é que já na chegada na Avenida Brasil, famosa por cortar vários bairros do subúrbio carioca, fui tomada por um turbilhão de sentimentos que pôde ser definido em uma única frase: estou em casa. Sei que esses dias que passarei aqui serão um dos melhores do ano de 2009.
O carioca é gente boa.
A pedidos, fui ontem alugar um campo de futebol para um churrasco com o pessoal do meu antigo trabalho que vai acontecer domingo, dia 15. Depois de ter acertado fui comprar uma garrafa água pra matar a sede propícia das temperaturas que tem feito aqui. Ao chegar para pedir ao vendedor, ele me mandou não falar nada e pegou um copo e me deu da água que ele estava bebendo. Disse a ele que me vendesse a garrafinha e ele disse que não, pois se tinha água de graça ele daria a água de graça. Me ofereceu um pedaço de sua coxinha de camarão, eu recusei e continuamos conversando. Fui embora pensando nas coisas que ouvi sobre o carioca durante esse ano e meio que não ia ao Rio. O que mais ouvi eram acusações do carioca ser espertinho, malandro e sem vergonha. Quando encontrei esse atendente, pude resgatar a idéia que já havia em mim que o carioca é sim gente boa e prafrentex de uma forma que eu nunca vi nenhum outro cidadão de outro estado. E que é assim que eles recebem todos, visitantes ou nativos, como o símbolo da cidade, o Cristo, de braços abertos.

4 de fevereiro de 2009

Sorte do dia

Se você não sabe fique sabendo: eu amo gatos pretos. Enquanto muitas pessoas morrem de medo desse animal, eu caio de amores por eles e adoraria vê-los cruzando
 várias estradas dessas que eu sou obrigada a passar. Não foi à toa que a minha primeira tatuagem foi de um gatinho preto localizado na nunca e suas pegadas no meu pescoço. 

Depois de roçar bastante na minha perna, aquele gatinho de rua num piscar de olhos meus começou a querer brincar como se meu pé fosse uma bola de lã, fiquei logo puta. Mas relevei, não é por nada que eu prefiro gatos à cachorros,  que me perdoe o Rubinho e suas lambidas incovenientes. Consegui me livrar do gatinho e ainda fica
r com uma sensação de frescor no peito.

Muitas pessoas acreditam que esses inocentes bichinhos trazem azar a quem os veja, ainda mais perto de um cemitério como eu vi. 

Eu fui mais além.

Tendo em vista que esta não é uma situação corriqueira, decidi assim por decidir mesmo, como eu acho que são todas as supertições, que ver um gato preto às 7h da manhã só pode significar uma coisa: muita, mas muita sorte nesse dia. E o meu dia correu como uma maravilha.


Nós gatos já nascemos pobres, porém já nascemos livres

3 de fevereiro de 2009

Radicais são um saco (e não estou sendo radical nessa afirmação)

Se você além de ser vegetariano, leva as coisas pro lado pessoal e não tem senso de humor, nem leia.
Eles estavam lá em 2005 quando ingressei no Colégio Pedro II. Estavam a muito tempo antes. Estavam a matar judeus, estavam a matar negros, estavam a matar homossexuais, estavam e acoplar bombas em seus corpos a fim de defenderem um ideal. A longo prazo a história pode sim ser interessante. Os motivos, os meios, os fins... Mas francamente, conviver com radicais é um saco.
Um bom exemplo de radicais são os vegetarianos. Eles lotam o perfil do orkut com fotos de açougue, com animais morrendo, ou mortos, ou cheios de sangue. Não satisfeito apenas em criar o álbum com as tais fotos, eles dedicam o espaço do quem sou eu, e ocupam comunidades a respeito do tema.
Os vegetarianos, ou vegan, como queira, acham que chocam as pessoas com seus vídeos e frases de efeito, mas nunca em minha existência pude ver alguém que tenha desistido das carnes por ver estas imagens. Eles juram que comer carne é desumano, porque era um animal que tinha vida e foi morto para acabar com a sua fome. A alface tem vida, e a cenoura, a beterrada, e o pepino também. E estes você, vegetariano realmente come vivo e quem tritura são seus dentinhos vegetarianos prontos pra matar a saladinha.
Vegetarianos acham que a árvore que tá lá pra semear seus frutos não sofre com um panaca que sobe lá pra tirar o que os alimentam? Não acham que elas são plantadas só para satisfazer a sua fome? Não sentem peninha da árvore não? Pois eu sinto.
E se os animais são amigos e não comida, convide uma vaca pra tomar uma cerveja, ou um tatu. Ou um burro, todos tem um amigo burro, eu pelo menos tenho um monte.
Quando radicais no geral irão perceber a diferença, a diversidade, e que não é preciso se afirmar perante o outro dessa forma visceral? Podem continuar com todas as formas de atingir a nós, apreciadores de um bom bife bovino, ninguém tem o que ver com isso e da minha comida cuido eu.
Vão pra Índia que lá a vaca é sagrada!