19 de março de 2009

Mulher nenhuma merece um folgado


Com o tempo e a intimidade acabamos por dizer coisas sem hesitar uma a outra. Ao que ela me pergunta: "porque terminaram?" Respondo sem pensar duas vezes, cansada de dizer as mesmas palavras moralmente corretas: "Terminei porque ele não tinha um emprego, me cansei de pagar as contas do restaurante, de ser a única a levar dinheiro para sair". A espera pelo espanto foi inevitável e em vão. Ela me disse que havia passado pela mesma situação certa vez. O cara era um lindo surfistinha de 32 anos, que tinha o aluguel do apartamento pago pela mãe que morava em São Paulo. Concordamos que nós mulheres, mudamos muito ao longo de décadas e a custo de muita luta e batalha. Mas certas coisas não mudam. Um chocolate pra mostrar que lembrou de você durante o dia, um presente no dia dos namorados, pagar a conta das despesas feitas a dois, são coisas que só demonstram quem tem a preocupação de fazer o outro se sentir bem, importante e principalmente atendido emocionalmente. Hoje, mesmo com toda igualdade e da possibilidade de dividir a conta, o homem que se dispõe a arcar com o custo sozinho ganha pontos e fica anos luz a frente do que aqueles que ao virarem para a mulher com quem estão, perguntam: "tem aí, amor?"

No fundo, esses que que se encontram nessa situação foram sem deixar saudade e que nós mulheres, não deixemos que passem novamente em nossas vidas outros desses exemplares. Porque são coitados, no real sentido da palavra, e literalmente, mal pagos. Coitados e mal pagos.



Que nós possamos dividir a conta sim, que você homem possa pagar sozinho, que você tenha um emprego para se orgulhar e fazer ser orgulho para sua mulher, mas que em hipótese alguma, você a deixe pagar a conta sozinha.

16 de março de 2009

A dor e a delícia de se planejar um casamento

Só pra registrar esse momento maravilhoso que é a busca pelo buffet mais compatível com o gosto dos noivos, pelo vestido ideal e pelo enxoval mais bacana!
Tem sensação melhor que essa? Se tiver, que essa sensação espere um pouquinho pois eu ainda quero curtir e muito o planejamento de cada detalhe do meu casamento!
Agora estou na captura do buffet, e não vejo a hora de ir ao Rio fazer a prova das comidas com meu noivo.

PS.: É ótimo saber que temos o apoio de pessoas queridas e importante para nós, dos amigos aos familiares, e com certeza eu não seria nada sem minha grandiosa mãe que está me dando todo apoio e comprando as coisas principais do enxoval.

Ahhhhhhhhhhh eu vou casar! Hahahahahaha

12 de março de 2009

Produção cultural e cultura de elite: eu separo.

Sou assumidamente popular. Não tenho o menor problema de verbalizar isso, até porque muitas das coisas que grande parte das pessoas considera como sub cultura, eu considero como produção cultural de uma determinada população. Sempre separei cultura de elite de produção cultural. Até os nove anos de idade morei em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Lá, tive a oportunidade de conviver com paraenses, maranhenses, piauienses, cariocas e muitas outras pessoas que me propiciaram vivências extremamente ricas, desde musicais até alimentares. E como me orgulho de poder ter convivido com pessoas tão diferentes e com tanto pra mostrar. Hoje eu posso chorar com uma música do Fagner, achar que uma determinada música do Calypso diz muito sobre meu momento atual, me identificar com uma música da Alcione. E assim eu sigo, andando e vivendo. As músicas populares trazem uma bagagem grande de conteúdos emocionais e extremamente verdadeiros, que muitas vezes eu não identifico nas músicas de cultura de elite.
Mas existem aquelas músicas, as chamadas músicas ruins que são boas, que não tem nada de visivelmente atraente, mas se tornam interessantes.  No meu caso, meu irmão do meio vivia cantarolando trechos dessa música. Cantarolando, estou sendo boazinha, ele enchia o saco mesmo. Ele era um grande fã do tal cantor, o Magalhães. Hoje, dando uma olhada básica nos blogs por aí, achei esse clássico do funk carioca, o rap do trabalhador.



10 de março de 2009

Portabilidade amorosa (e telefônica também)

A portabilidade numérica chegou ao Brasil em 2008, mas somente em março de 2009 é que todo o país pôde se beneficiar de manter o número e trocar de prestadora de serviços. Mas não é da portabilidade numérica que vou discorrer. É sobre a portabilidade amorosa.
A portabilidade amorosa chegou ao mundo desde que... desde sempre. Desde que terceiros passaram a habitar a terra depois de Adão e Eva. Funciona quando você deseja migrar de uma prestadora de serviços para outra. Quem migra mantém os mesmos vícios, as mesmas manias, as mesmas idéias, só muda a freguesia. E se a prestadora atual não estiver no perfil do usuário troca-se novamente.
Todo mundo pode mudar de prestadora de serviços. Buscar uma prestadora que atenda melhor ao seu estilo de vida, que ofereça uma relação custo benefício mais lucrativa, que ofereça bônus e agrados ao usuário. Você merece mesmo. Até aí tudo bem.
O problema vem (ou não) quando a prestadora atual, percebe que perderá mais um cliente para a concorrência.
Para cancelar o contrato é um sacrifício. Há os que consigam cancelar pelo telefone, como eu os invejo! É tão mais simples. Há os que prefiram cancelar o contrato pessoalmente, envolvendo muitas vezes agressões verbais, quando não físicas. Antes de cancelar de vez o contrato, o grito desesperado da prestadora de serviços. Promete bônus, agrados, assistência, e outras coisas que não fez quando era a prestadora reinante.
Há os que não resistem nesta dura batalha e perecem, aceitam a nova proposta da prestadora atual. Esquecem que relacionamentos obedecem a círculos viciosos e que estes planos adicionais prometidos sempre tem prazo de validade.
Mas há também os guerreiros, que firmes e fortes ultrapassam esta difícil etapa e partem rumo à nova operadora! A nova operadora, percebendo a possibilidade de o usuário manter-se na anterior, oferece mais serviços a um preço menor, o que acaba sendo mais valorizado pelo consumidor cansado de sofrer.
E o consumidor otimista reza para que esta não se torne parecida, ao menos de longe, com a anterior!

9 de março de 2009

Permita-se mudar de opinião

Eu passei boa parte da minha vida dizendo que não me casaria. Que teria filhos e um gato preto. Seria uma mãe solteira e uma profissional satisfeita. Criaria os filhos, cuidaria da casa e ainda de uma carreira. Pretensiosa eu sempre fui, confesso.
Dizia eu também, que moraria no Rio o resto da minha vida. Mas conheci Brasília. E conheci São Paulo. Certo que vou morar na capital fluminense, mas se a vida me soprar para outra cidade, grande eu espero, irei eu e minha bagagem sim, porque não?
Mudei de opinião muitas vezes, até daquelas que pareciam verdades absolutas. Caí em contradição. Retornei a opiniões anteriores. E farei isso quantas vezes mais forem necessárias. E quantas vezes a experiência me empurrar para outras idéias, outros arquétipos, distantes dos que pareciam imutáveis, intocáveis.
Mude de opinião sim, sem se importar com a opinião alheia, a quem não importa: o desprezo. O que os outros pensam, pensarão de qualquer forma.
Coitada de mim se não acreditasse na mudança humana, estaria trilhando no caminho da profissão errada.

Noiva sofre!

Tem gente querendo me matar por aí, mas aí vai: eu fui pedida em casamento e a princípio iríamos nos casar em 2011 assim que eu terminasse a faculdade e pudesse voltar para o Rio de Janeiro com o diploma debaixo do braço. Quando os amigos mais íntimos souberam da notícia, ficaram todos muito preocupados devido a ser um tempo muito grande de espera e de distância também. Marcelo e eu achamos que iríamos tirar de letra, tipo, mole mole. Em tempo: não vamos tirar de letra e é por isso que adiantamos os planos e no final desse ano eu irei me tornar a Senhora Borges Barros. O time das casadas ganhará reforço mais ou menos em dezembro, quando eu devo retornar à minha cidade natal, para casar e ocupar a casa que ganhei do meu pai de presente de casamento.


Quando decidi que casaria final do ano, que pediria transferencia da faculdade, que teria que resolver tudo dentro de um ano, estava com o coração tranquilo, sem me preocupar muito. Esse domingo, quando dei a notícia à minha mãe foi quando caiu a ficha pra mim. Ela veio toda preocupada me dizendo em tom de choro:


"Eu não quero que você vá emboraaaaa!"

"Eu não sei como vai ser sem a minha meninaaaa!"


E eu tendo que acalmar a minha mãe dizendo que ela pode me visitar quando quiser. Que situação mais esquisita. Foi quando que como um temporal cai de repente, eu pensei em tudo que teria que ser resolvido para ontem! O enxoval, os móveis, a festa, o bolo, o vestido, a faculdade, as lembrancinhas...


E, posso falar agora, com toda propriedade de conhecimento: noiva sofre!