11 de abril de 2009

Entre a psicose e a neurose

Branco ou preto. 8 ou 80.
Tenho uma amiga borderline. O que pareceria um prato cheio aos estudantes de psicologia me pareceu um filme de péssimo gosto. Antes de limitá-la a borderline, eu tenho simplesmente uma amiga. Hoje este termo é tão comumente usado e sem sentido, que posso afirmar que tenho uma irmã. Que disferiu para mim golpes como: "você não sabe nada, por isso só confio em médicos", somente por eu não saber a classificação no CID 10, agora eu sei, F60.30 – Tipo Impulsivo. Respondi com ironia que ainda não consegui decorar o famoso livro dos transtornos mentais, mas que sabia pelo menos que o DSM IV é melhor nos diagnósticos. Ela disse que estava melhorando devido aos medicamentos que estava tomando, ácido. Mas ácido mesmo estava seu humor. E eu estourada do jeito que sou, detive-me diversas vezes para não acabar sendo grossa ou agressiva. Isso é o que ela menos precisa.
O DSM IV é claro: “um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos e acentuada impulsividade, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos”.

Muitas coisas do passado hojem fazem todo sentido. A instabilidade afetiva, a acentuada reatividade do humor, a irritabilidade ou ansiedade. O sentimento crônico de vazio, a raiva inadequada... Coisas que antes me faziam crer que ela era apenas... excêntrica.

Vai precisar tanto da terapia, quanto do apoio dos amigos. E embora eu quisesse a minha amiga excêntrica de volta, farei o que tiver ao meu alcance para tornar a vida dela e dos amigos em comum mais saudável.

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