28 de janeiro de 2009

Saindo de relacionamentos vida nova, velhos vícios - Parte 2.

E já que estamos falando de música, falemos das músicas que o nosso Claussio compunha para sua banda. Deve ser fácil compôr quando se está lendo um livro e ao estilo ctrl c ctrl v, pegar frases de impacto de historiadores e transformá-las em verso. Se eu fosse uma intelectual com uma idéia roubada assim, processaria e sem vaselina. Mas ele não se importa com isso, com o perigo! Ele deve pensar em sequestrar os escritores também. Possui um público seleto (seletíssimo) e bastante fiel. Que vai a todos os festivais que a banda participa. Decoram as letras e cantam junto ao vocalista. São amigos, irmãs, pais, irmãos, primos...
Como todo revolucionário, ele devia ter um relacionamento ruim em casa. Isso ele deixava por conta de seu pai. Possuía um amor incondiscional por sua mãe, que era uma fofa. Já por seu pai, um ódio corrosivo. Lá nos muito antigamente, eu ficava tentando entender essa relação. Gastava algumas horas do meu dia pra entender o que levava um pai e um filho a se odiarem tanto. O tempo nos trás praticidade e assertividade, você vai ficando mais seca e não se interessa mais nem pelos motivos que levou seu namorado/ficante a agir de determinada maneira. Não entendia nada de psicologia naquela época, afinal, eu tinha apenas 17 anos. A minha teoria sobre o comportamento do Claussio era que ele depositava todo rancor e ódio do pai na sociedade, e cobrava dela uma relação mais justa. Mas isso tanto faz.
"I see dead people"
O personagem da vez, Claussio, tinha um quê de místico. Ele afirmava ver, ouvir e manter contato com seres mortos e entidades religiosas. E olha que não era através de psicografia e muito menos de centro de macumba, hein! Era como se fossem pessoas vivas. Certa vez, ele estava pegando o ônibus com uma ex-namorada, e ao que ela comentava que só havia os dois no ônibus, Claussio retrucou que havia mais uma pessoa, de chapéu perto da porta; a ex namorada achou que ele estava cheirado de loló, mas se tratava de um morto que só Claussio via. Em outra ocasião, estava em uma casa e ouviu passos e correntes sendo arrastadas, mas não havia ninguém acordado. E já em outra situação, uma entidade segurou firme os braços de Cláussio em uma rua escura e vazia, e disse que nunca iria deixá-lo em paz.


Em um show ele conheceu uma garota que parecia tão empolgada em resolver os problemas sociais quanto ele. E ele me enchia tanto o saco, que passei a comentar o quanto essa garota se parecia com ele, o quanto eles tinham afinidade e até o quanto ela era bonita. E iniciando a lógica estabelecida por mim desde que me relacionei com o dito cujo, o traí mais ou menos no 10º mês de namoro. Terminei pelo telefone mandando ele ir à merda. Prático e simples, sem chororô e sem precisar de explicar ou se preocupar se a pessoa vai chorar ou não.

Hoje o Claussio está casado, com a tal menina empolgada que ajuda nessas causas sociais. Espero que ela goste da idéia de pagar as contas do marido, até as mais bestas como um suco ou a passagem de ônibus. Ou espero que ele tenha mudado. Se bem que este mundo está tão mudado, né... vai saber.

E assim termina a história do nosso anti-herói, ops, quer dizer, apesar de tudo ele é um herói.

Talvez minha amiga realmente não tenha jeito para o amor. Talvez eu também não tenha. Ou talvez seja só uma questão de ajustar a lente pra não enxergar apenas os mesmos caras. Sair do foco vida nova, velhos vícios.

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